terça-feira, 14 de maio de 2013

Desafio Berra-me Baixo - Ponto de Situação

Embora já tenha mentalmente começado o desafio da Magda em Abril, oficialmente o desafio começou à quase duas semanas com o início de Maio e o balanço não é tão positivo como eu esperava. Isto de educar não é fácil e eu que pensava que com o crescimento deles as coisas eram mais fáceis. Enganei-me...
 
O H., agora com 13 anos, sempre foi um menino bem comportado. Teve as suas fases, curtas, de tentar nos contrariar e das birras, mas rapidamente percebia que não levava a sua avante e não era preciso berros nem palmadas para o fazer perceber isso. Bastava explicar e de vez em quando levantar mais um bocadinho a voz e ele acatava com facilidade as regras. Claro que houve uma fase em que o sofá era o seu melhor amigo: era onde ficava sentadinho de castigo para pensar na birra e passar a portar-se melhor. 
Sempre foi bom aluno e nunca nos deu grandes preocupações, é um miúdo calmo e pacato, às vezes até acho que em demasia, mas com a adolescência vieram os problemas, ou não.
 
Às vezes ralho com ele, falo-lhe torto e ele fica amuado e vejo mesmo que tenta se controlar para não me responder, mas a atitude corporal e a forma como reage dizem tudo. Na hora não quero saber, quero é que ele faça o que lhe mandei rápido e com ou sem amuanços mas depois paro e penso: como quero que o meu filho me continue a respeitar e a conversar comigo e a ser o meu companheiro, porque durante estes últimos 13 anos, ele sempre foi a minha companhia quando o pai está a trabalhar, sempre fomos só os dois à noite na maior parte dos dias e os dois aos fins de semana, se eu não o respeito a ele quando tenho estas reacções? Ao longo dos anos fomos criando uma cumplicidade que tenho medo que se esteja a perder. Porque estou sempre muito ocupada,  porque o irmão me rouba muito tempo, tempo que dantes passava com ele e não sei se estarei a saber gerir bem os tempos dos dois...Porque ando sempre a mil e quando organizo as tarefas na minha cabeça, por aquela ordem, ai de quem me contrarie e tem de ser como eu quero e quando eu quero. Mas tenho consciência que não pode ser assim, que ele é uma pessoa que merece respeito, que tem de ter o seu espaço, e que me ajuda bastante mas à maneira dele e ao ritmo dele.
 
Ontem berrei, berrei com ele por estar a aferroar o irmão, porque o mais novo é um chorinhas e começou logo "pááááááára" como costuma dizer quando fica chatiado e eu a mandá-lo ir tomar banho, e o pequenito sempre a dizer "páááááááraaa" e eu passei-me. Mandei 2 berros e acabou-se o pára e ele foi rapidinho tomar banho e eu fiquei num stress. Sei que fizeram o que eu queria mas não fiquei a sentir-me bem, nem melhor. Fiquei com o coração apertado, com a consciência pesada, com a perfeita noção que poderia e deveria ter resolvido a questão de outra forma, mais calma e assertiva e todos ficariam mais felizes...
 
Sei que a tomada de consciência é importante e um passo importante para mudar mas acho que tenho um longo caminho pela frente... ou melhor dois, porque todo o processo de educar se iniciou com o mais novo e eles são tão diferentes...

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