segunda-feira, 27 de maio de 2013

A palmada no rabo, sim ou não?

Pois é, eu também sou a favor da palmada no rabo na hora certa, como a Mamã de Peep-Toe.
 
O meu filho mais velho, agora com 13 anos, teve a sua conta. Foram poucas, contaram-se pelos dedos das mãos, mas evitaram muitas palmadas e berros no futuro.
 
Um dos episódios que ainda hoje conto e recordo, foi quando ele tinha cerca de 2 anos, os terríveis 2. Na altura não tínhamos carro, por isso quando o ia buscar ao fim da tarde ao infantário, fim da tarde quer dizer 7 e meia da noite, que era a hora que conseguia lá chegar, tinha de ir com ele a pé até à paragem do autocarro que era cerca de 10 minutos a andar rapidinho, e depois de sair do autocarro mais 5 a 10 minutos, dependendo se ele ia ao colo ou no chão.
 
É importante frisar que além do menino, levava a minha carteira (e carteira de mulher que se preze vai sempre cheiinha e carregada) e o saco dele, claro está mais carregado ainda.
 
O truque era levá-lo ao colo do infantário até à paragem porque não podia perder tempo, nem o autocarro e quando chegávamos depois ia ao chão da paragem até casa, porque eu já mal me aguentava de cansaço e tínhamos mais tempo.
 
Pois que houve uma fase, que sua excelência fazia birra, mas birra da grossa, com direito a berros e bater de pés da paragem até casa porque queria ir ao colo. Eu pacientemente lá lhe dizia que não podia, que a mamã estava cansada e ia carregada, e que ele tinha de ir ao chão que já era crescido. Nem me ouvia, de certeza. Eu até tinha pena dele, também vinha cansadinho e sempre que podia lá lhe dava colinho, mas o impressionante é que ele chorava baba e ranho no caminho e mal chegávamos à porta do prédio calava-se instantaneamente. Comecei a ver que era mesmo birrinha e acabou-se o colinho. Tivemos berros durante uns dias valentes e apesar de eu lhe dizer que ia ficar de castigo quando chegasse a casa e de ficar mesmo de castigo sentado no sofá, ele berrava feito doido e assim que chegava ao prédio, nem pio.
 
Até que num daqueles dias, de dormir pouco durante a noite, trabalhar que nem uma desgraçada, vir cansadíssima e tardíssimo e ainda por cima carregada, e ele começou com o berreiro, parou-me o relógio. Pousei os sacos e a carteira no chão e dei-lhe duas palmadas no rabo e disse-lhe que tinha acabado ali o berreiro e quando chegasse a casa ia ficar de castigo e nunca mais queria ouvir aquela fita.
 
Bem, fez efeito de imediato, porque se calou e foi de biquinho até casa e nem ouvi um ai enquanto esteve de castigo. Escusado será dizer que nunca mais fez berreiro para ir ao colo. Pedia-me colo quando saiamos do autocarro e se eu dissesse que não, ele ia a pé de mão dada e sossegadinho.
 
Nesse dia ainda tive de ouvir o comentário de uma senhora que ia a passar a dizer "coitadinho, tão pequenino a bater-lhe", ao que lhe respondi que a mãe era eu por isso que estivesse caladinha.
 
Não sou a favor de bater nos filhos porque como diz o meu marido "bater, bate o relógio horas", mas a dita palmada na hora certa com o grau adequado de assertividade é muito benéfico.
 
O que é certo é que nem me lembro da última vez que eu e o pai demos uma palmada ao H., porque foram muito poucas. Sempre que faz asneira, basta olhar para ele que nem sabe onde se meter e com o G. também vai ser assim, embora me parece que o mais novo vai ser mais desafiador...    
 
Acho que não há modelos de educação perfeitos, depende muito da personalidade dos pais, dos filhos, das situações, depende de um sem número de factores, por isso cada um tem de ir adaptando conforme o seu caso e também da ocasião, porque há alturas em que temos paciência e tempo para explicar vezes sem conta e outras em que já não há pachorra e dá-se dois berros e acabou... Educar é isso mesmo, um trabalho diário, dos filhos e nosso, porque os pais também aprendem e se educam todos os dias.

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